sábado, 30 de agosto de 2008

NOTAS DO BRASIL



A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses e escravos. A mistura de ritmos nativos e estrangeiros permitiu a criação de novos e belíssimos sons.

ANTES DO PERÍODO JOANINO

Em abril, chegou a esquadra portuguesa de Pedro Alvares Cabral em missão colonizadora, na futura Bahia. Nesse momento, os índios excedem 2 milhões de habitantes. As tribos tem sua própria forma de expressar sua cultura através da música que é executada em solos e coros, acompanhada pela dança, bater de palmas, de pés, flautas, apitos, cornetas, chocalhos, varetas e tambores.
Quando chegam as primeiras levas de escravos trazidos da África para trabalhar na lavoura de algodão, tabaco e cana-de-açucar, uma nova perspectiva musical é inserida no Brasil. Suas músicas, danças, idiomas, macumba e candomblé criam a base primordial de uma nova etapa fundamental na história inicial da música brasileira. A cultura musical africana dos escravos negros é preservada e desenvolvida através dos Quilombos – colônias de refugiados que resistem bravamente no interior do Brasil –, sendo o de Palmares, no interior do Estado de Alagoas, historicamente o mais importante.Surgem as primeiras novas formas de uma música afro-brasileira, que desenvolveria o afoxé, jongo, lundu, maracatu, maxixe, samba e uma série d eoutros gêneros posteriormente.
No momento em que os jesuítas pisam em solo brasileiro, além do catolicismo e dos princípios básicos de uma nova forma de civilização, os padres passam a introduzir as noções elementares da música européia aos índios e a apresentar seus instrumentos musicais, num primeiro contato importante de fusão e influências na nascente história da música brasileira. A colonização portuguesa traz outros instrumentos europeus sofisticados como a flauta, violão, cavaquinho, clarinete, violino, violoncelo, harpa, acordeon, piano, bateria, triângulo e pandeiro. A partir dos rituais religiosos das missões jesuítas nascem os primeiros cultos folclóricos populares dos habitantes locais como o 'reisado' e o 'bumba-meu-boi'. A música sacra, as melancólicas baladas e as modas portuguesas contribuem para a formação da música brasileira.
Em meados do século XVIII, surgem, no Rio de Janeiro e Bahia, as lendárias e divertidas músicas de barbeiros . São pequenos grupos musicais compostos de escravos negros barbeiros com tempo disponível para se dedicarem ao aprendizado de velhos e desgastados instrumentos musicais que lhe são passados. Segundo estudiosos, essa seria a primeira verdadeira manifestação de uma música popular brasileira instrumental direcionada ao âmbito público. Essas pequenas orquestras ambulantes, também chamadas de 'charangas' ou 'ritmos de senzala', muito requisitadas para festividades e procissões como a do Domingo do Espírito Santo, tocavam flauta, cavaquinho, violas, rabeca, trompa, pistão, pandeiro, tamboril, machete, e interpretavam – muito à sua maneira livre – fandangos, dobrados, quadrilhas, lundus e polcas num repertório bem diverso.


PERÍODO JOANINO


Surge até então o mais importante gênero musical – a modinha –, criado em Portugal, e responsável pelos aspectos melódicos e românticos na música brasileira, de grande influência até a Nova República, no início do século XIX, período joanino no Brasil. Em 1755, Salvador tinha 37.543 habitantes.A partir dessa década, com o avanço do processo de urbanização, a produção musical religiosa na América Portuguesa foi bastante reverenciada, inspirando o futuro próximo da música popular. Enquanto no mundo temos compositores como Weber, Schubert, Mendelssohn, Schumann, Berlioz e Chopin, no Brasil crescemos musicalmente com vários autores nacionais como Inácio Parreiras Neves (1730-1791), Manoel Dias de Oliveira (1735-1813), José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805), Francisco Gomes da Rocha (1754-1808), André da Silva Gomes (1752-1844) e outros.

O romantismo domina, portanto, toda a música do século XIX. Os traços comuns de todos esses românticos tão diferentes são a maior liberdade de modulação e cada vez mais progressivo numa música subjetivista e individualista. Carlos Gomes foi o mais importante músico brasileiro do estilo romântico, com carreira de destaque principalmente na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro Allá Scala um dos mais importantes do mundo na época. Tem como a sua principais óperas, o guarani, Fosca e Maria Tudor. Há também na música brasileira, Francisco Manuel da Silva que foi maestro e compositor brasileiro. Nascido no Rio de Janeiro, RJ, autor do Hino Nacional Brasileiro e que teve grande destaque na vida musical do Rio de Janeiro, no período compreendido entre a morte do Padre José Maurício e a ascensão de Carlos Gomes. Estudou com o Padre José Maurício Nunes Garcia, um dos o maiores nomes de música colonial brasileira, e com Sigismund Neukomm. Nomeado cantor da Capela Real (1809), depois integrou a orquestra da mesma instituição como timbaleiro (1823) e depois, como segundo violoncelo (1825), na corte de D. João VI.

O lundu, também importante historicamente, é um estilo de música descrito como uma dança lasciva com suas umbigadas que aparece nesse momento. É um dos elementos embrionários de formação do futuro samba. A partir do começo do século XIX, o lundu apresenta variantes como o miudinho, a tirana tipo espanholada, o fado batido e a chula. No Rio de Janeiro dessa época, contam-se 43.400 habitantes, e é aí que temos registrado o primeiro grande desfile de carnaval, no Estado da Guanabara, para comemorações em vista do casamento do Príncipe D. João (futuro D. João VI) com a Princesa Carlota Joaquina.


APÓS O PERÍODO JOANINO

É apresentada pela primeira vez a polca, no Teatro São Pedro, no Rio de Janeiro. Dança rústica da Boêmia – parte do império austro-húngaro e atual província da Checoslováquia –, a polca chega à capital Praga em 1837, e se transforma em dança de salão. Depois da apresentação brasileira, a polca vira a nova febre carioca com a formação da Sociedade Constante Polca, em 1846.


Em 1859, influenciado pelas revistas européias, surge, no Rio de Janeiro, os teatros de revista misturando teatro com música e dança, explorando como tema os principais fatos da época de forma crítica, humorística, despojada e irreverente. O primeiro espetáculo do gênero – 'As Supresas do Sr. José da Piedade', de autoria de Justino de Figueiredo Novais – estréia em 15 de janeiro de 1859, no Teatro Ginásio. Além da maestrina Chiquinha Gonzaga com o enorme sucesso de seu tango brasileiro "Gaúcho", outros grandes compositores maestros passaram pelo teatro de revista. A partir de 1920, o gênero começaria a decair diante do rádio, dos cinemas-teatros e dos shows musicais propriamente ditos.


A partir de 1870, o samba é esboçado através do batuque de origem africana. Em 19 de março do mesmo ano, na Itália, estréia no lendário Teatro Scala de Milão, a obra máxima de Carlos Gomes (1836-1896) – a ópera O Guarani –, baseado na romance de José de Alencar, com libreto inicial do poeta Antonio Scalvini, concluído por Carlo d'Orneville. O sucesso e impacto de O Guarani levou o compositor e maestro Giuseppi Verdi ao comentário entusiasmado de que Carlos Gomes era de fato um "vero genio musicale". Depois de encenada 12 vezes no Scala, a ópera percorre toda a Europa com grande sucesso. Com ela, pela primeira vez, nascia o Brasil para o mundo musical .

Em 1875 nasce o maxixe. O maxixe foi considerado muito escandaloso, como o lundu há quase 100 anos atrás pela extrema sensualidade de sua dança e pelo uso freqüente da gíria carioca quando cantado. Nesse mesmo momento as quadrilhas se transformam em exclusivas e pitorescas danças folclóricas de São João.

Em 1880, quando o país é abordado pela causa abolicionista surge o choro (chorinho), no Rio de Janeiro, através de pequenos grupos instrumentais formados por modestos funcionários dos Correios e Telégrafos, da Alfândega e da Estrada de Ferro Central do Brasil, que se reúnem nos subúrbios cariocas com suas flautas, cavaquinhos e violões. A mágoa e a nostalgia deram o nome ao gênero, sendo a improvisação sua condição básica. As festas das quais os chorões participavam passaram a ser denominadas pagodes. Esta é também a época das serenatas de fins de noite.


Surge o frevo em Recife, Pernambuco, mais ou menos pela década de 90 do século XIX. U m dos mais importantes gêneros musicais e danças do país, o frevo nasce da polca-marcha e tem sua linha determinada pelo capitão José Lourenço da Silva (Zuzinha), maestro ensaiador das bandas da brigada militar de Pernambuco. Chiquinha Gonzaga, anos antes compõe a primeira marcha carnavalesca da história da música brasileira chamada "Ô Abre Alas", um enorme sucesso de ritmo contagiante.

No início do século XX, O Brasil republicano continua recebendo a primeira grande e importante leva de imigrantes europeus e asiáticos como italianos, alemães, japoneses, libaneses, aumentando a miscigenação e a influência musical desses povos em sua música.


Em 1920, tornam-se populares no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo, posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes, marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras. Antecedendo a bossa nova, surge o samba-canção, um tipo mais lento, melancólico e romântico, orquestral e instrospectivo do gênero. Sob forte influência do bolero, o samba-canção se firmaria mesmo a partir de 1930. Outros como "Último Desejo", de Noel Rosa também fizeram muito sucesso. Em 1926, a mais importante soprano lírica da história da música brasileira – Bidu Sayão (1902-1998) – rouba a cena da temporada no Teatro Municipal de São Paulo e abre a temporada lírica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
1930 – (eclode a Revolução de 1930, que acaba com a República Velha)
Acontece o primeiro grande sucesso do sambista carioca de Vila Isabel Noel Rosa (1910-1937) – "Com Que Roupa", já com toda sua proverbial verve crítica e humorística sobre a vida carioca, marca registrada de toda sua obra. De saúde muito debilitada durante sua vida inteira, Noel Rosa morreria jovem, aos 26 anos, no dia 4 de maio de 1937, mas deixaria um impressionante repertório de 230 composições. É um nome obrigatório no registro da história da música popular brasileira.


Décadas de muita criatividade na área de artes musicais se passaram em nosso país. Com a globalização muitos outros gêneros musicais foram introduzidos no Brasil. Encontramos a cada esquina um ritmo diferente: o samba, a música sertaneja, o rock, o samba-reggae, o baião, o forró, o funk, o frevo, o hip hop, a música eletrônica, as músicas regionalistas.

Referências Bibliográficas

Geocities
10 Em Tudo-Obras
Cola da Web-Romantismo
Sua Pesquisa-Romantismo
Brasil Escola-Romantismo no Brasil

Wikipédia-Música no Brasil
Uol

TEXTO ESCRITO PELOS ALUNOS GEORGIA E THIAGO

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